Manicômio Judiciário
Eduardo
Presente no(s) disco(s) A Fantástica Fábrica de Cadáver (2014).
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Letra da música Manicômio Judiciário
[Verso 1]
Encabeço a lista de perseguidos da polícia
Porque bolei plano contra política eliminacionista
Virei o patinho feio do rap nacional
Porque pra indústria fonográfica não sou comercial
Pra esfera A, mereço o manicômio judiciário
Tenho distúrbio psiquiátrico, vejo os adversários
Sou o esquizofrênico que ouve a voz não ouvida
Abafada por sirenes, G3 e garrafinhas
Que enxerga a animalização do aprisionado
Intoxicado pelo almoço sem talher no saco plástico
Leio as letras miúdas do contrato social
Que dá missões pras crianças num GTA real
Não quero ser Che, só fazer o pobre apedrejar caminhões da Ambev e Phillips Morris
Me alimento da crítica da classe que usa a morte do filho
Pra fingir causa e entrar em partido político
Quanto mais impactante e hediondo o óbito
Mais publicidade pro pai e garantia de voto
No exame criminológico atingi alto índice
Por pretender salvar mais vida que Oskar Schindler
Sou tão alucinado e sensacionalista
Que até o fim dessa rima uma adolescente engravida
Enquanto os são crucificam o Eduardo
Nasce a décima geração de menores abandonados
[Refrão]
Se enxergar carnificina é ser desequilibrado
Assina a guia e me interna no manicômio judiciário
Nem todos os comprimidos e choques eletroconvulsivos
Apagam da minha mente o sistemático morticínio
Se enxergar carnificina é ser desequilibrado
Assina a guia e me interna no manicômio judiciário
Nem todos os comprimidos e choques eletroconvulsivos
Apagam da minha mente o sistemático morticínio
[Verso 2]
Louco é quem investe num mundo militarizado
E colhe tiro na nuca da filha se abrir o blindado
É quem põem placa balística na jaqueta
Que vai usar no túmulo da família dentro de uma gaveta
Assumo que tenho extrema bipolaridade
Amo a favela e odeio quem devasta as comunidades
Sou o rimador violento que cita fome e latrocínio
Mas que é mais inofensivo que a TV Globinho
Me acha insano quem aprova a maçonaria da high society
Dando Lugger, Nextel e granada pro combate
Fazendo os manos ter que usar o lado criativo
Pra no celular fingir sequestro de um presídio
“Tô com sua filha, não desliga o fone, senhora
Quero recarga da Tim e 5 mil na conta agora”
Quem precisa de Leponex é quem não percebe
Que o Prêmio Exame vem do chumbo crivado na nossa pele
Sofro da psicose que me faz ousar falar
Que as salas de interrogatório não são o nosso lugar
Camisa de força, porque tenho culhão pra dizer
Quem abaixou o homicídio foi o crime, não DHPP
Que se não fosse o b-boy repassar seu aprendizado
Tinha uns mil volumes a mais de álbuns de procurados
Não tem cura pra quem vê a nave não tripulada
Monitorando o próximo miolo varrido por piaçava
[Refrão]
Se enxergar carnificina é ser desequilibrado
Assina a guia e me interna no manicômio judiciário
Nem todos os comprimidos e choques eletroconvulsivos
Apagam da minha mente o sistemático morticínio
Se enxergar carnificina é ser desequilibrado
Assina a guia e me interna no manicômio judiciário
Nem todos os comprimidos e choques eletroconvulsivos
Apagam da minha mente o sistemático morticínio
[Verso 3]
Cuidado você no bairro negligenciado
Se tem meu CD, hã, foi grampeado
Possivelmente a inteligência da polícia
Vai te acusar de associação à ideologia terrorista
Fechou com a mente diagnosticada e desequilibrada
Por quem não vê as brincadeiras infantis brutalizadas
Pedrinho vai ser o que liga e pede permissão
E o Juninho o que passa o serrote no pomo de Adão
Minha crise psicótica só permite rimar a festa da van da CBA roubada e dividida na favela
A festa do estuprador lentamente desossado
Em baixo dos UH vai morrer e os “clap clap” dos aplausos
Na exclusão prever tico-tico fatiando órgãos
Não é demência, é raciocínio lógico
Querem minha massa cinzenta sedada, lobotizada
Pra ninguém descrever nossas Faixas de Gaza
Mas não vou ser o astro fabricado com uísque na boca
Chamando as mulheres da favela de cachorra
Outro otário que o grã-fino faz de instrumento
Pra arrastar sua gente através do mau exemplo
Se o moleque me ver cafungando vai cheirar
Se me ver informado, vai tentar se informar
Enquanto não me trancafiam no manicômio judiciário
Prossigo na marcha pra Washington versão Eduardo
[Refrão]
Se enxergar carnificina é ser desequilibrado
Assina a guia e me interna no manicômio judiciário
Nem todos os comprimidos e choques eletroconvulsivos
Apagam da minha mente o sistemático morticínio
Se enxergar carnificina é ser desequilibrado
Assina a guia e me interna no manicômio judiciário
Nem todos os comprimidos e choques eletroconvulsivos
Apagam da minha mente o sistemático morticínio