Eu Sou
Opanijé
- Produzida por André T
Presente no(s) disco(s) Opanijé (2013).
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Letra da música Eu Sou
Assumimos a autoria do atentado
Que vitimou sua mente sabotou seu planejado
O que tava escrito, descrito parecia fechado
Ouvi seu grito bonito, como cara de assustado
Seu sofrimento não repõe o que a gente perdeu
Mas mostrou que não foi à toa que Zumbi morreu
Revolucionário e marginal como Jesus
Pra combater o seu encosto um espírito de luz
Posso ser pacificador ou a bala dum-dum
A paz de Oxalá ou a guerra de Ogum
Falar de falsidade, falar de amor
Da riqueza de Oxum ou da Justiça de Xangô
Driblando a falta de oportunidade e de dinheiro
Usando a criatividade como todo brasileiro
Tum-dum-dum! O futuro bate na sua porta
Melhor abrir senão ele arromba e não tem volta
Talento, conhecimento acima do esperado
Bem mais que um cabelo crespo e um membro avantajado
Coitado de você que achou que a gente iria
Se vender por tão pouco e aceitar sua mixaria
Quem não queria deixar a correria e andar portando…
Ser preto do gueto igual no filme americano
Meter o pau nos ditos intelectuais
Que o rap fosse da rua e não da casa dos pais
Bem mais que isso é o que a gente constrói
Realidade é bem mais que o gibi de super-herói
Bem mais que o que você pensou eu sou
Sou a justiça, sou a notícia, eu sou a dor
Eu sou aquele que esnoba sua fama
Eu sou aquele que tenta ser diferente
Organização Popular Africana Negros Invertendo o Jogo excludente
Eu sou aquele preto que jamais se engana
Eu sou aquele que invade sua mente
Organização Popular Africana Negros Invertendo o Jogo excludente
Belicamente eu sou o terrorista pacifista
Que na entrevista foi tratado como artista
Ativista, atitude tá na ação e não no estoque
Nem só na palavra ou no cabelo dreadslock
Sou muito mais que ritmo, muito mais que poesia
Muito mais político, muito mais democracia
Muito mais que crítico muito mais sabedoria
Mais analítico, mais anarquia.
Eu sou o rap (três letras que já dizem tudo)
Eu sou Zumbi, sou Jesus, sou o absurdo
Abcegos, abmudos que vão cantando em coro
Esquisito, maldito, eu sou o agouro
Eu sou isso, aquilo que ainda é marginal
Hip hop, a família educação informal
Meus ideais, aquilo que o dinheiro não compra
Porque vivo num quilombo vivo que te mete bronca
Opanijé: o enigma é só decifrar
Ou a esfinge que não finge vai te devorar
Ou mais: a musicalidade aqui é consciente
Esse é o nosso jeito de invadir a sua mente
Nem esquerda nem direita nem em cima do muro
Fui passado, sou presente e quero ser futuro
Eu sou Rone, um membro da organização
Bala dum dum no pente, explode a revolução
Som de ladrão, postura marginal em vez de pose
Destruição que eu causo com a palavra e não com a 12
Demolição da mansão dos seus super heróis
Que agora, ao relento, precisam da sua voz
Sem meio termo, amado e odiado de verdade
Impossível prender um pensamento atrás das grades
Eu sou quem mata com a própria gravata do doutor
Eu sou a lida, eu sou a vida, eu sou o amor
Eu sou aquele que esnoba
sua fama
Eu sou aquele que tenta ser diferente
Organização Popular
Africana
Negros Invertendo o Jogo excludente
Eu sou o vento que sopra o seu castelo de areia
A mosca presa pela aranha que destrói sua teia
Sangue na veia, de Angola, de Kêtu, Nagô
E se quiser saber quem sou não basta ver minha cor
Invertendo o jogo excludente de todas as formas
Por todos os meios necessários, quebrando normas
Normal só se for pra você que vem de fora
Que pede, implora e não aprende nem na tora
E agora chora dizendo que a gente é revanchista
Que o rap é machista, o próprio preto é racista
Desista!
A gente não cai mais nessa cilada
E nem insista porque você ta fora da jogada
A minha história não vai ser riscada com giz
E na memória, a minha meta eu quero ser feliz
E vou sem medo, atropelo quem quiser me parar
Em cada dedo eu carrego uma bomba nuclear
Quem eu sou? Certamente bem melhor do que era
E sei que vou conquistar aquilo que você espera
Sou aquele que carrega a energia de um guerreiro
Do ventre da Mãe África, nasci brasileiro
Sou o negrume da noite que reluziu o dia
Eu sou a fuga da senzala, a carta de alforria
Entre todos os nomes sou o mais belo dos belos
Não me impressiona o seu cabelo liso amarelo
Eu sou forjado no fogo feito o ferro da espada
Que me ensinou o caminho certo na encruzilhada
O indutor que invade a mente alheia
Eu sou aquele que nasceu com sangue de rei na veia
Sou da Família Real, mas não sou o próprio rei
Sou legal, sou leal, mas eu sou fora da lei
Eu sou mutante, no meu DNA outra raça
Sou o cão que ladra e a caravana que passa
Sou o clic que faltava pra ligar sua consciência
O clic que faltava pra falta de inteligência
Eu sou o clic sem clec, sem atirar em ninguém
Sou a realidade sem clic-clec-bang!