Filhos do Brasil
Palavra Feminina
- Produzida por Tiago de Jesus
Presente no(s) disco(s) Filhos do Brasil (2010).
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Letra da música Filhos do Brasil
[Refrão]
Traga bala de dum dum que o calibre tá na mão
Traga droga pra favela, traz miséria e exploração
Traga morte pra mais um, traga discriminação
Filhos do Brasil
Traga bala de dum dum que o calibre tá na mão
Traga droga pra favela, traz miséria e exploração
Traga morte pra mais um, traga discriminação
[Isabela]
Delinquente, inocente, o menor abandonado
Prato feito pro sistema engrossar vocabulário
A elite vira as costas, não se espanta o senado
Ocasião faz o ladrão(a pobreza é o cenário)
Sonha com o futuro, a caranga, uma motoca
Só faz acontecer se na padoca apavora
Sonha com a família, sem presídio, sem a droga
Atira na latinha, descarrega a revolta
Mais um filho que o Brasil assim o educou
Mais uma trajetória que a fumaça levou
Mais uma consequência do sistema
Mercenário rouba o político, advogado, empresário
Escapa, não tem comida, cortaram a água do barraco
A mãe caiu doente, o pai é um baita do safado
Abandonou os filhos na miséria de rato
Fugiu com a vadia, levando os últimos trocados
Não tem como manter a inocência assim
Encarar a realidade sem poder reagir
Numa briga de barro, o facão tá amolado
Quebra a garrafa, sai correndo apedrejado
De cabo a rabo, no nordeste ou no sul
Aparece um boiando no Rio Itajaí-Açu
Da Velha ao Garcia, mil histórias de vida,
Sem saúde, educação, sem comida, moradia
[Refrão]
Traga bala de dum dum que o calibre tá na mão
Traga droga pra favela, traz miséria e exploração
Traga morte pra mais um, traga discriminação
Filhos do Brasil
Traga bala de dum dum que o calibre tá na mão
Traga droga pra favela, traz miséria e exploração
Traga morte pra mais um, traga discriminação
[Janaína]
Quem era pra proteger, hoje é o mais odiado
Farda suja de sangue, vão prestar conta pro diabo
Trabalhos do pó, botam terror na área
Passam por cima da lei, acionando a quadrada
Tudo que vem, aqui vai, por aqui é assim
Faça por você, que eu faço por mim
O Brasil me ensinou a derramar o meu ódio
Playboy aplaude, mas o pobre foi a óbito
A droga mais pesada é legalizada
Cachaceiros, botequeiros, caídos na vala
Viciados, traficantes, prostitutas na estrada
Tudo pelo dinheiro, pela droga, pela bala
[Isabela]
Escola sem merenda, saúde sem o médico
Piso e cobertor, inteligência sem acesso
Esse é o Brasil de quinhentos anos
Explora, rouba, abolição é só um plano
Pano de fundo pra playboyzinho mal criado
O papai paga fiança, xingou um negro de macaco
Na cadeia vira menina, boneca disfarçada
Preconceito só é crime se é contra algum bonado
Na escola se aprende que Cabral descobriu
Não quantos índios matou, ele matou mais de mil
Raça forte, índios, negros, baixo do azul anil
Mas respeita a nossa raça nessa porra de Brasil
[Refrão]
Traga bala de dum dum que o calibre tá na mão
Traga droga pra favela, traz miséria e exploração
Traga morte pra mais um, traga discriminação
Filhos do Brasil
Traga bala de dum dum que o calibre tá na mão
Traga droga pra favela, traz miséria e exploração
Traga morte pra mais um, traga discriminação
[Janaína]
País verde e amarelo, pivete faz embaixadinha
Brinca com a bola e esquece da latinha
Prefeitura fecha a quadra, moleque foge da polícia
Sem sentido nenhum (então bandido admira)
No morro um trafica, domina a área
Barriga cheia, bolso cheio e sem faltar nada
A TV manipula, a novela mostra a burguezada
Luz da realidade da maioria abandonada
Os olhos brilhando com o videogame da propaganda
Iludido, sofrido, sem a fé, sem esperança
A menina admirada corre embolada, americana
Cresce sem moral, estuprada desde criança
O Conselho Tutelar recebe a notícia
Prepara os papel, assina e arquiva
Mais uma vida que aqui é jogada fora
Prostituição infantil, pedofilia e agora?
A mina de doze que já tá de barriga
O pai é o tio ou o irmão (o marido da vizinha)
Só fica calada porque ninguém acredita nela
Seu caminho é solidão, é o gelado da cela
Sem calor humano, sem nenhum tipo de esperança
A favela chora, cansada de matança
Os filhos do Brasil clamam por Jesus
Pra ajudar a carregar essa maldita cruz
[Refrão]
Traga bala de dum dum que o calibre tá na mão
Traga droga pra favela, traz miséria e exploração
Traga morte pra mais um, traga discriminação
Filhos do Brasil
Traga bala de dum dum que o calibre tá na mão
Traga droga pra favela, traz miséria e exploração
Traga morte pra mais um, traga discriminação